Podia passar as noites no telhado morno com o calor acumulado ao longo do dia a contá-las. Podia anotar quais as mais brilhantes, e procurar constelações. As ursas, maior e menor. Podia até ver que tamanho tinham, comparativamente ao meu polegar, e maravilhar-me com as maiores. Podia ver as 'ondas' de uma cor quase violeta que elas deixam, o seu rasto. Podia sorrir todas as noites no telhado morno ao fazê-lo. Mas não. Ao deitar-me no telhado, a única coisa que consigo ver são nuvens, cinzentas e opacas, que não deixam transparecer o brilhos delas. A única coisa que se pode observar, é um escuro que pinta todo o céu, e em todo ele não consta nem uma. Nem uma estrela. Ao invés, são os candeeiros altos de lâmpadas de vidro que emitem a sua luz artificial, e desta vez, é-lhes concedidos a eles o dever de nos orientar, perante tanto escuro que o céu reflecte, que ironicamente, é causado pelas luzes mecânicas em ruas de Lisboa.
amei, amei, amei. Muito boa maneira de ver! (:
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