sábado, 27 de novembro de 2010

My Love

Estava na aula de Português. A minha cabeça viajava bem longe, em ruas desconhecidas de Londres. Encontrava-me sozinha, e algo desanimada, depois de ter finalmente interiorizado que só te veria uma vez em duas semanas, por causa da escola, por isso decidi ir passear para Londres sem qualquer companhia, onde podia estar sozinha a sentir um desespero miudinho a crescer dentro de mim. E do nada oiço o teu nome. O professor estava a dar uma frase como exemplo do que tinha explicado (fosse o que fosse) e o teu nome fazia parte do exemplo. O meu coração acelerou e rapidamente vim a correu de Inglaterra até ao pequeno pavilhão E, à sala 8, ao meu lugar na primeira carteira à frente do meu professor, que me olhava agora a perguntar se tinha percebido.
A minha cabeça anda cheia de coisas, e eu carregada de muito, demasiado para uma pessoa tão frágil como eu, suportar.
Por isso a saudade que ansiava para sair disparada e se manifestar rapidamente conseguiu o que queria, doía demasiado para manter cá dentro, por isso tive de a expulsar. (...)
Quando finalmente, à noite, te vi, nem tive bem essa noção... parecia estupidamente surreal, algo que achei até exagerado, mas que no entanto sentia. Subi as escadas e estava à tua espera. Não consigo deixar de sorrir ao relembrar, quando do nada senti uma respiração atrás de mim, e ao olhar ligeiramente para cima, lá estavas tu a sorrir.
Aí, apercebi-me do quanto esse teu sorriso me fez falta durante toda a semana, e me faria falta, durante toda a próxima semana.
Por isso vou fazer o (im)possível para poder estar contigo mais um dia, apenas mais um. Fazes-me demasiada falta. E a distância é realmente "uma cabra", como dizem os ingleses que ouvi quando passeava nas ruas desconhecidas de Londres.

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