Do seu ninho na azinheira, o Rouxinol ouviu-o, espreitou através das folhas, e esperou.
"Não há uma só rosa vermelha em todo o meu jardim!" lamentou-se ele, e os seus lindos olhos encheram-se de lágrimas. "Ah, de que pequenas coisas depende a felicidade! Eu li tudo o que os sábios escreveram, e são meus todos os segredos da Filosofia, e no entanto, a minha vida é uma desgraça por querer apenas uma rosa vermelha."
"Finalmente, eis um verdadeiro apaixonado", disse o Rouxinol. "Noite após noite, eu o cantei, apesar de não o conhecer: noite após noite, eu contei a sua história às estrelas, e agora conheci-o. O seu cabelo é escuro como a flor do jacinto, e os seus lábio são vermelhos como a rosa dos desejos, mas a paixão deixou a sua face pálida como o marfim e a tristeza deixou marcas na sua expressão."
- De Oscar Wilde "O Rouxinol e a Rosa"
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